19.11.08

Falando de Blogues IV



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S

empre que publicamos algo e seja qual for a plataforma em que o fazemos, sairemos a ganhar se escrevermos de forma estruturada, compreensível e relativamente sucinta. Também é assim no caso dos blogues.

Apelar ao poder de síntese nunca é demais quando se escreve em blogues, pois a verdade é que os textos demasiado longos desincentivam a leitura. Assim, deveremos focar a nossa atenção e escrever sobre o que é mais relevante, de entre o que pretendemos transmitir.



Ao longo do tempo em que tenho andado pela blogosfera, pude aperceber-me de algumas características da escrita mais utilizadas. Apesar de se encontrarem casos que não seguem estes “critérios” (eu, por exemplo, em alguns dos meus escritos), os bloggers e blogues mais procurados e mais lidos utilizam um tipo de escrita com recurso a normas que me parece terem uma cada vez maior aceitação.

Nesse sentido, deixo-vos algumas das minhas impressões nessa matéria, dirigidas especialmente a quem agora se vai iniciar nestas andanças:

  • Cada post deve abordar apenas um assunto específico. É desaconselhável misturar vários assuntos num único post, pois corre-se o risco de perder o essencial;

  • Os posts devem ter títulos; os quais beneficiam se forem curtos, directos e elucidativos; Se quiseres utilizar um ou mais sub-títulos ao longo do texto, eles devem ter como objectivo principal cativar os leitores para continuarem a respectiva leitura;

  • Há vantagens em que o primeiro parágrafo de cada post contenha um resumo sobre o que se vai escrever; se o post for extenso (só se tiver mesmo que ser), utiliza a fórmula: “começa por dizer o que lhes vais dizer, depois diz-lhes o que lhes queres dizer, no fim diz-lhes o que lhes dissestes”;

  • Os parágrafos não devem ser muito extensos; isso é extremamente prejudicial ao incentivo para que os leitores continuem a sua leitura; os próprios posts também saem prejudicados se forem muito extensos; na verdade, quanto mais pequenos, melhor;

  • Tanto quanto possível, as frases devem manter-se simples e relativamente curtas; embora isso dependa, essencialmente, do conteúdo e finalidade de cada post;

  • Muitas vezes, há vantagem no uso de uma linguagem forte e directa; mas sem deixar de tentar criar empatia com o leitor (pelo que não deve usar-se uma linguagem que possa ser considerada rude);

  • Em posts nos quais pretendemos mostrar a nossa opinião, há que “por em causa os adjectivos utilizados”; em geral, não é aconselhável utilizar demasiados adjectivos e advérbios, pois corre-se o risco de tornar a leitura muito pesada;

  • Há também que ter o cuidado de escrever para o leitor, não para nós; escrever para o nosso ego parece ser uma boa maneira de afastar os leitores;

  • O mais importante não é o tema escolhido. Mais importante que isso é a forma como se consegue, ou não, criar empatia com os leitores. De facto, acontece que mesmo um tema aparentemente banal pode ter maior sucesso ou impacto nos leitores, do que muitos dos assuntos relevantes que marcam a agenda mediática.